Viagem à China: O Que Realmente Encontramos por Lá

Quando definimos a China como nosso próximo destino de viagem, desejo que já tinha ficado na cabeça quando estivemos na Ásia visitando outros países por lá, topamos esse “desafio” sem estabelecer muitas expectativas. 

Confessadamente, a reação das pessoas com as quais compartilhamos a informação do nosso próximo destino de viagem costumava ser não muito animadora. Víamos muito mais narizes torcidos do que sorrisos de contemplação por aquilo que iríamos conhecer.

Ainda assim, mantivemos a nossa expectativa neutra para que pudéssemos conhecer o país com nossos próprios olhos e poder contar a nossa experiência. 

Por isso, fizemos um roteiro de quase 30 dias, que abrangeu cidades do norte, sul, leste e oeste deste gigantesco país, incluindo grandes metrópoles a cidades pequenas, para que pudéssemos ter uma experiência mais autêntica possível. 

E foi assim que a China entregou para nós uma viagem ENCANTADORA e SURPREENDENTE! 

Assim como venho fazendo nas últimas viagens, tenho evitado ao máximo assistir muitos vídeos sobre os locais que devemos visitar, justamente para não perder o encanto da descoberta, por isso vou compartilhar um pouco da expectativa vs realidade que encontramos ao chegar no país. 

Expectativa x realidade

Expectativa x realidade

Consumo

Sinceramente, quando ouvimos falar da China, uma das primeiras questões que nos vem à memória é o tal do “país comunista”. Sendo assim, imaginamos um local repleto de restrições de consumo, talvez com pouca disponibilidade de produtos ocidentais, e um mercado de consumo muito menos aquecido. Ledo engano! Nos deparamos com lojas ocidentais gigantescas, desde lojas de grife de roupas até eletrônicos, como a Apple, presente sempre nos pontos mais nobres de comércio de cada cidade que visitamos. 

E não era “para inglês ver”, como diz o ditado: às lojas, em sua grande maioria, estavam repletas de clientes CONSUMINDO MESMO, diferente até de muitos locais aqui no Brasil em que também encontramos as tais lojas de grife, mas estão normalmente vazias. 

Limpeza

Outro pré-concepção que tínhamos era a de encontrarmos um país, provavelmente, mais desorganizado e que limpeza talvez não fosse o ponto forte. No entanto, encontramos uma China com ruas muito limpas e muito organizada. 

Rua “comum” de Shanghai: ampla, limpa e organizada.

Organização e infraestrutura

O país, que teve um salto de desenvolvimento mais recente, claramente foi desenvolvendo toda a sua infraestrutura para comportar não só a sua gigantesca população, mas também se preparar para o futuro. Encontramos calçadas e vias largas de forma predominante nas pequenas e grandes cidades que visitamos. Além disso, a infraestrutura de metrôs e ônibus coletivos são muito novas, amplas e funcionais. A malha ferroviária interurbana também é gigantesca, com trens muito confortáveis e que permitem que boa parte da viagem seja feita por ela (que foi o que fizemos!). 

Comportamento social

Os chineses, de forma geral, são bastante amáveis. Diferentemente dos japoneses, que tem uma postura muito mais introspectiva e tímida, os chineses são claramente mais calorosos. Podíamos observar até mesmo nas interações sociais entre eles (mães com seus filhos, casais de namorados), que são bastante afetuosos uns com os outros.

Mesmo com a barreira idiomática, na maior parte dos estabelecimentos que frequentamos, existia muito boa vontade e interesse em nos atender bem, apesar da dificuldade. 

Existem alguns hábitos, no entanto, que para nossa realidade ocidental acabam sendo bastante desconfortáveis e que poderíamos agrupar de certa forma como uma falta de “polimento social”. Principalmente pessoas mais de idade tem o costume de cuspir no chão, eles nem sempre tem cuidado de tapar a boca e o nariz quando espirram ou tossem, ao entrar no metrô eles acabam “atropelando” uns aos outros, e as filas, de forma geral, não são muito respeitadas. 

Comunicação

A China ainda precisa desenvolver bastante infraestrutura para receber o turista estrangeiro. Faltam placas de sinalização em inglês e pessoas que consigam se comunicar melhor para conseguir atender o cliente estrangeiro. Percebemos que mesmo em hotéis de grandes redes em que nos hospedamos, o caso do Mercure de Xi’an, que é uma grande cidade e que é dona de uma das atrações mais visitadas da China, que é o Exército de Terracota, o staff do hotel conseguia se comunicar entregando as informações padrão de hospedagem, como localização do café da manhã, horário, número do quarto, elevadores, etc., mas caso o roteiro da conversa fugisse dessa informações fundamentais, eles acabavam tendo que recorrer ao uso do tradutor mesmo. 

Poluição

A poluição é outro grande ponto que se lembra muito quando falamos de China. Enquanto estávamos lá, acompanhamos os mapas de qualidade de ar e a qualidade do ar estava adequada na maior parte do tempo. 

Mas o que mais nos surpreendeu foi a poluição sonora: a China tem sua frota de veículos majoritariamente elétrica, incluindo caminhões, ônibus e motocicletas – que acredito serem os que mais geram ruído. As cidades, ainda que imensas, são extremamente silenciosas. Para nós, que somos turistas que adoramos explorar as cidades a pé, esse é um enorme convite para rodar muito! 

A cidade de Shanghai conta com vários parques e passeios como esse. Repleto de áreas verdes!

Concluímos nossa jornada pela China com uma sensação de encantamento e surpresa. Este país, que inicialmente nos causou tantas dúvidas e preconceitos, revelou-se uma terra de contrastes e descobertas. Desde o consumo vibrante e inesperado até a limpeza e organização das cidades, a China nos mostrou que é muito mais do que os estereótipos que carregamos.

A infraestrutura moderna e eficiente, a amabilidade dos chineses e até mesmo os desafios de comunicação contribuíram para uma experiência rica e inesquecível. A poluição, tanto do ar quanto sonora, foi um ponto de atenção, mas também uma oportunidade de ver como o país está se adaptando e evoluindo.

Em suma, a China nos proporcionou uma viagem repleta de aprendizados e momentos únicos. Cada cidade, cada interação e cada descoberta nos fez perceber que viajar é, acima de tudo, uma forma de quebrar barreiras e expandir horizontes. E assim, saímos desse país com a certeza de que a China é um destino que vale a pena ser explorado com mente aberta e coração disposto a se surpreender.

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